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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Regulação Epigenética e “Trained Immunity”

Voltando a falar de epigenética e resposta imune, no post anterior (aqui) discuti sobre alterações no perfil epigenético em células imunes induzidas por infecções bacterianas a virais. Desta vez, trouxe um artigo que relaciona a regulação epigenética com o controverso tema de “Trained Immunity”. Já é bem descrito que monocitos expostos ao LPS podem entrar em um estado de tolerância e mais recentemente, o termo “trained immunity” foi cunhado para descrever como uma infecção inicial pode levar monócitos à uma hiperresponsividade frente a uma infecção secundária.
O trabalho de Saeed e colaboradores publicado na Science (2014) mostrou a importância da regulação epigenética na diferenciação de monócitos-macrófagos associando com “Trained Immunity” ou tolerância. No estudo de Saeed, monócitos de doadores saudáveis foram diferenciados in vitro, e submetidos a estímulo por β-glucan (“Trained Immunity”) ou LPS (tolerância). Desta forma, foi possível observar os diferentes padrões epigenéticos e perfis de expressão gênica predominates durante a diferenciação e aquisição do estado “trained” e/ou tolerante. O mais interessante desses resultados foi a identificação de uma série de genes envolvidos com metabolismo celular. Além disso, a aquisição do estado “trained” foi associada com reguladores da via de sinalização do cAMP e a inibição desta molécula impediu o desenvolvimento de “Trained Immunity” induzida por β-glucan.




The epigenome, DNase I accessibility, and transcriptome were characterized in purified human circulating monocytes, in vitro differentiated naïve, tolerized (immunosuppression), and trained macrophages (innate immune memory). This allowed the identification of pathways functionally implicated in innate immune memory. This epigenetic signature of human monocyte-to-macrophage differentiation and monocyte training generates hypotheses to understand and manipulate medically relevant immune conditions.


O conceito de “Trained Immunity” ainda será muito debatido e a associação do estado de ativação celular através do perfil epigenético parece ser um caminho muito promissor, especialmente como novos alvos terapêuticos para modular a resposta imunológica inata.

Referências:
- Saeed S, et al. Epigenetic programming of monocyte-to-macrophage differentiation and trained innate immunity. Science. 2014 Sep 26;345(6204):1251086
- Bordon Y. Macrophages: innate memory training. Nat Rev Immunol. 2014 Nov;14(11):713
- Quintin J, et al. Innate immune memory: towards a better understanding of host defense mechanisms. Curr Opin Immunol. 2014;29C:1-7


Patricia Assis

Pós-doutoranda no Laboratório de Imunopatologia

CpqRR-Fiocruz/MG

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