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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Macrófagos e os Vermes: lições sobre a “inflamação” Th2

Durante o curso de Biologia do Parasitismo promovido pela USP em conjunto com o MBL e FAPESP, o qual já foi reportado aqui no Blog da SBI (aqui), presenciamos apresentações de trabalhos importantíssimos para Parasitologia, mas muito além, relevantes para o entendimento do sistema imune e seus mecanismos de ação.
Interessante, o grupo da Dra. Judith Allen (University of Edinburgh), também presente no curso, demonstrou que macrófagos murinos iniciam uma rápida proliferação em diversos tecidos (vide Figura) para aumentar a densidade da população celular, ao invés de serem recrutados do sangue (Jenkins et al., 2011). Este mecanismo inflamatório ocorre durante lesões relacionadas com a resposta do tipo Th2, que promove a ativação alternativa de macrófagos e polarização para o perfil M2, que é fundamental para o reparo de danos teciduais e controle da infecção por helmintos (Thomas et al., 2012). O modelo utilizado nestes estudos foi o implante cirúrgico do nematoda Brugia malayi em camundongos. A cirurgia em si já é um fator que leva a um acúmulo de macrófagos na cavidade peritoneal, mas o perfil inflamatório só é mantido após a infecção pelo verme. Um componente fundamental deste perfil inflamatório do tipo Th2 é a interleucina 4 (IL-4), pois apenas o inóculo de IL-4 exógena é suficiente para iniciar o acúmulo de macrófagos residentes na cavidade peritoneal por meio de auto-renovação.
Prosseguindo as investigações sobre os mecanismos pelos quais os macrófagos são ativados e regulados, Ruckerl et al., 2012 utilizaram o mesmo modelo de indução de macrófagos M2 in vivo e identificaram a expressão diferencial de micro-RNAs. Demonstraram que miR-378-3p foi especialmente induzido por IL-4 e revelaram uma via de sinalização dependente de IL-4R/PI3K/Akt. A inibição desta via de sinalização mostrou que Akt e os processos down/upstream a essa molécula são importantes para a ativação alternativa de macrófagos e são essenciais para proliferação de macrófagos dependente de IL-4 in vivo.
 Desta maneira, fica a pergunta: o que mais os vermes podem nos ensinar?
Randolph, G., Science 2011

 
Post de Luiz Gustavo Gardinassi - FMRP/IBA

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