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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Transplantar e sincronizar

Texto publicado originalmente no site Ciência Hoje

Projetos desenvolvidos em escola municipal carioca visam levar aluno a entrar num laboratório com olhar de pesquisador e entender o que é a metodologia científica.
 

Alunos em volta da bancada no laboratório: na Escola Municipal Anísio Teixeira, 
a ideia é que o estudante entenda ciência em sincronia com o que está sendo pesquisado hoje. (foto: divulgação)

Anísio Teixeira (1900-1971) é um dos educadores brasileiros mais respeitados e conhecidos. Foi um dos fundadores da Escola Nova, proposta do início do século passado que visava, entre outros tópicos, fomentar nos alunos uma maior capacidade de refletir sobre o que se aprendia – em vez de apenas memorizar o conteúdo.

Não à toa, dezenas de escolas pelo Brasil chamam-se Anísio Teixeira. E é em uma "Anísio Teixeira" que ocorre, há dois anos, uma lenta e gradual transformação da relação do aluno com a ciência.
O pontapé inicial foi o projeto Transplantando, idealizado por Mário Alberto C. Silva Neto, professor do Instituto de Bioquímica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBqM/UFRJ).

Em 2008, o comichão da ideia de transplantar as condições de um laboratório para dentro de uma escola atingiu Neto, que já participava ativamente do Curso de Férias promovido pela UFRJ para alunos do ensino básico. A falta completa de tempo para tocar o projeto fez com que ele tomasse a atitude mais prática possível.

"Pensei que, para o projeto andar, só haveria uma possibilidade: desenvolvê-lo em uma escola próxima de onde moro. E assim fiz", conta o professor, que vive no bairro da Ilha do Governador (RJ), onde também se encontra a Escola Municipal Anísio Teixeira.

Para a sorte de Neto, a Anísio Teixeira tinha uma diretoria totalmente aberta à sua ideia. No ano seguinte, o Transplantando já estava na escola.

Dezenas de alunos passaram a usufruir de um laboratório com boa estrutura para estudar e com professores aptos a ensinar. A temática? Tudo o que o aluno tem curiosidade de perguntar, mas com foco na área em que o bioquímico (e sua equipe) é especialista: as doenças tropicais transmitidas por insetos hematófagos. Em especial, a dengue.

Assista abaixo à conversa com Leonardo Cunha, 

doutorando de Neto e responsável pelas aulas do Transplantando


A ideia do Transplantando vingou e, também em função do projeto, a Anísio Teixeira foi uma das dez escolas selecionadas para fazer parte em 2011 do Ginásio Experimental, iniciativa da prefeitura do Rio de Janeiro que prevê, justamente, a adoção de novas metodologias de ensino e o uso de tecnologia e experiências em sala de aula.

Alinhados ao Ginásio Experimental, os bioquímicos Neto, Leonardo Cunha e cia. propuseram à escola mudar o projeto de ciências de patamar. Agora, em vez de apenas transplantar o laboratório, eles querem sincronizar aquilo que é discutido no meio acadêmico e de pesquisa com o que é falado na escola.

Por isso, começou, no início deste ano letivo, uma nova proposta: o Sincronizando, que, nas palavras de Neto, "vai possibilitar, por exemplo, que o aluno discuta dentro do laboratório, como um pesquisador de verdade, um artigo que acabou de sair na Science ou na Nature".
Se vai sair algum novo cientista desse empreendimento do pessoal da bioquímica da UFRJ? Não se sabe. Mas já dá para dizer: as aulas serão mais divertidas e instigantes.

Assista à conversa que o Alô, Professor teve com Bárbara Portela, 

professora responsável pelo projeto Sincronizando


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